sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O ÚLTIMO DOS MOICANOS

As últimas eleições consolidaram uma tendência já verificada há quatro anos. O encolhimento do antigo PFL. Nas últimas eleições municipais, eles perderam diversas prefeituras no Nordeste, seu tradicional reduto. Após isso, perderam o governo da Bahia. E agora, o carlismo foi derrotado em Salvador com seu maior representante ficando de fora do segundo turno.

As eleições municipais de 2004 já demonstravam uma queda da representatividade dos pefelistas, sobretudo no Nordeste. Diversas prefeituras, dentre elas, a capital cearense, foram vencidas por partidos de esquerda diminuindo a influência pefelista na região. E no país, de uma forma geral, houve uma redução considerável do número de prefeituras do PFL.

Na eleição de 2006 (eleições estaduais e federal) a tendência se confirmou, o carlismo foi derrotado de forma inesperada e avassaladora. As pesquisas apontavam uma vitória dos pefelistas no primeiro turno contra Jacques Wagner, porém o que ocorreu foi justamente o contrário, o petista foi quem venceu no primeiro turno. Ali já se demosntrava claramente a diminuição drástica que sofriam os atuais democratas. Dos governos estaduais (e distrital) só venceram no Distrito Federal muito mais pela força política pessoal do Arruda do que pela força do partido.       Nessas eleições foi ainda pior. Os democratas não venceram em nenhuma capital do país no primeiro turno. Em Salvador, antigo QG do carlismo, foram humilhados com seu maior representante, ACM Neto; ficando, assim, de fora do segundo turno na capital baiana, algo inesperado tendo em vista a força política de ACM Neto especificamente e do carlismo de uma forma geral.

Só restou SP. Na cidade paulistana, os democratas ganharam sobrevida graças a José Serra. É bom que se diga isso. Kassab só existe, politicamente falando, graças ao PSDB e, mais especificamente, a ala serrista dos tucanos. Senão fosse isso, os democratas nem existiriam na cidade.

Assim, o país vê o fim de um ciclo. O fim de uma era de coronelismo, da forma mais retrógrada de se fazer política. Os democratas estão desaparecendo do mapa político brasileiro. E isso é, de uma certa forma, um grande avanço para a política nacional.

Para os tucanos, porém, o sumiço dos democratas preocupa. O antigo PFL é o principal aliado do PSDB nacionalmente. E com o desaparecimento político do DEM, o PSDB vai precisar buscar novos aliados ou irá ficar isolado, perdendo, assim, espaço no cenário nacional. Até mesmo por que o PMDB parece finalmente ter se posicionado na política nacional. Virou, de fato, da base governista e aliado do PT. O futuro do cenário político nacional só o tempo dirá. Uma coisa é certa: Os democratas deixaram de ser um dos principais partidos do país. Basta saber quem vai substituir, se é que alguém vai, o partido como membro do G4 da política nacional.


Por Hugo Araujo

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